Estudo a distância não é um assunto novo no Brasil, talvez você que está lendo esse rápido artigo, já tenha ouvido falar, ou mesmo conhece instituições como IUB-Instituto Universal Brasileiro, Instituto Padre Reus; as mesmas são instituições com tradição no formato EaD, exemplo disso é o IUB, com mais de 70 anos e em atividade. É muito comum você se deparar com discussões sobre a qualidade do ensino a distância, realmente tem alguma eficiência e eficácia nesse método de ensino-aprendizagem? É seguro estudar em uma instituição dessas? Por esses e outros questionamentos quero trazer aqui meu ponto de vista, enfatizando que, não tenho a intenção de oferecer uma resposta para encerrar o assunto ou mesmo colocar um ponto final nos questionamentos, mas sim, contribuir com a ampla e saudável discussão.
Atualmente estudo Engenharia de Segurança do Trabalho na modalidade EaD, mas antes de aderir esse formato de estudo, levei em consideração quatro pontos que considero de imensa relevância a ser considerado antes optar por estudar a distância.
AS DIFICULDADES:
- Disciplina – Esse é um dos pontos mais importantes, pois estudar no formato EaD exige muita disciplina e gestão de tempo, se você não desenvolve essas habilidades, com certeza você terá dificuldades em ter um cenário de estudo adequado;
- Conclusões e interpretações próprias – Ser estudante EaD é aderir a um cenário que te forçará a sair da sua zona de comodidade. É muito comum você encontrar o estudante que já está acostumado com o “ritual estudantil”: Entrar em uma sala de aula, sentar na sua cadeira e aguardar um professor explicar um determinado assunto e ao final dizer a celebre frase “hum Rum, entendi”. Daí ele sai de lá feliz e com a sensação de real aprendizado (não estou afirmando que ele não aprendeu nada). Infelizmente, tem sido comum ver o estudante decorar o entendimento e/ou conceito de outra pessoa (nesse caso o professor) e se dar por satisfeito. É comum não querer ter o trabalho de pesquisar outras fontes, de duvidar daquela resposta ou linha de raciocínio. Reforço aqui mais uma vez, que esse não é o comportamento da totalidade dos estudantes.
DESAFIOS:
- Se desprender das crenças limitantes, ou seja, desfazer a relação com o pensamento que “só é eficiente se for presencial, se for ao vivo, se não for desse jeito, não poderá ser de outro nunca” síndrome da Gabriela Cravo e Canela “Eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”. É necessário ressignificar a estratégia de estudo;
- Coragem de assumir com responsabilidade, uma postura diferente da maioria e trilhar por um caminho que o senso comum desaprova, a crítica e olhares duvidosos será uma constante.
BENEFÍCIOS:
- Organizar os próprios horários e rotina de estudo;
- Liberdade na montagem de uma estrutura de estudo do jeito que acredito ter resultados eficientes;
- Valor econômico muito mais acessível do que boa parte do formato presencial;
- Oportunidade de estudar em qualquer faculdade do Brasil ou do mundo (indico a leitura do livro “Cauda longa” escrito por Chris Anderson).
CUIDADOS:
- Importante pesquisar exaustivamente sobre a instituição;
- Verificar documentação de reconhecimento de curso junto ao MEC (acesse o site https://emec.mec.gov.br);
- Conversar com outras pessoas que já estudou ou está estudando na instituição e na modalidade EaD.
Não quero te assustar, mas… a revolução digital é uma realidade sem volta. Gosto de uma citação que está em um dos textos do Blog Pé na Estrada Total, que diz o seguinte: A frase “As crianças são o futuro da nação” nunca se concretiza, porque nos interessamos mais em formar uma geração de reflexos repetidos, do que permitir que as alternativas livres da mente criativa ganhem formas eficientes e solucionadoras.
Engo. Wilson Borges
CEO da PWB Engenharia; Engenheiro Ambiental e Téc. de Segurança do Trabalho
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